Pra que ter pouco trabalho se eu posso escolher ter muito, né?!?! Pois é. . . há um tempinho atrás, enquanto eu tomava banho, tive uma ideia "brilhante": "Por que EU MESMA não posso caligrafar meus convites?"
A resposta é óbvia: Simplesmente porque eu não tenho letra de calígrafa profissional!
Mas achei esse motivo muito banal diante das motivações que eu tinha para querer fazer a sobrescrição dos convites:
1) Terceirizar esse serviço me expõe ao risco de atrasar toda a entrega dos convites, caso a calígrafa resolva demorar mais do que o tempo previsto. Já ouvi casos de mais de 3 meses de atraso, o que me deixou completamente apavorada!
2) Sempre lembramos de alguém ou resolvemos incluir na lista algum convidado de última hora, o que me deixaria sempre muito dependente de recorrer à calígrafa a todo momento só para escrever um " último convitinho".
3) O serviço pode até não ser dos mais caros, mas também não é lá dos mais baratos! Eu gastaria em torno de R$ 400,00 para alguém fazer isso por mim. E no mundo do casamento, toda e qualquer economia é sempre muitíssimo bem vinda!
4) A principal intenção de se caligrafar um convite à mão, e não simplesmente imprimir os envelopes, é transmitir carinho e pessoalidade ao convidado. Ora. . . nada mais carinhoso e pessoal do que a própria noiva fazer isso, né???
Diante de tudo isso, estava resolvido: eu seria minha própria calígrafa! Agora só faltava resolver aquele pequeno probleminha da letra. . .
Pra isso, abri duas linhas de frente: comprei um caderno de caligrafia (daqueles de criança que estão sendo alfabetizadas) e comecei a procurar alguns vídeos no You Tube com aulas de caligrafia artística.
Nessa fase, confesso que quase desisti! Não se acha quase nada na internet (a não ser uns materiais imensos contando a história da caligrafia antiga!), e só encontrei um curso presencial em Porto Alegre, que além de caro, tinha duração indeterminada! Mas. . . eu sou brasileira e não desisto nunca! :)
Imprimi um modelo de alfabeto de letra cursiva inglesa (descobri que era isso que eu queria) e comecei a treinar praticamente todo dia, tentando imitar a bendita letra. Mas devo admitir que não tava ficando muito bom. . . Foi quando achei um vídeo de uns 2 minutinhos na internet com uma calígrafa fofa que, ao invés de ficar citando regrinhas chatas, apenas disse que cada um era livre para fazer a letra que quisesse, e que quanto mais rebuscada e inclinada eu conseguisse deixá-la, mais bonita ela ficaria. Pronto, mudou minha vida! Me livrei do peso de ter que fazer uma letra exatamente idêntica aos meus modelos e passei a fazer a letra do jeito que eu achava mais bonita. Afinal, a letra é minha e eu faço do jeito que eu quero! E como o meu amado noivo me incentivou o tempo todo e disse que tava ficando tudo lindo, eu acreditei!
Bem, mas nem tudo são flores. . . Vencida a questão da letra em si, comecei a pensar na infra-estrutura necessária! Primeiramente, tinha que encontrar a caneta ideal. E isso foi bem mais chato do que eu imaginava. Eu precisava de uma caneta cinza bem escuro (não era prata, tinha que ser cinza mesmo), e acabei encontrando apenas uma com a escrita bem fininha. O problema é que, até então, eu tinha treinado apenas com uma caneta preta bem mais grossa, e foi uma dificuldade imensa conseguir adaptar a letra ao novo tipo de caneta!
Depois veio a parte mais complexa de todas: como eu faria para conseguir escrever tudo bem retinho, se o envelope do convite não tinha as linhas bonitinhas do meu caderno de caligrafia???
A ideia mais óbvia era desenhar uma linha no próprio envelope, a lápis e bem fraquinha, e depois desmanchar. Mas a ideia foi completamente descartada: o papel do envelope tem brilho e apagá-lo depois o danificaria completamente! Foi então que a moça da Fina Arte, que confeccionou os convites, me contou que os calígrafos usam um esquema de projetar a sombra de uma linha no papel que se escreve. Como eu não tinha pensado nisso antes??? Lá fui eu pro Santo Google procurar alguma inspiração pro tal esquema e, após ver algumas diferentes opções, entendi o que eu precisava e terceirizei o serviço pro Mateus! Afinal, não basta ser noivo. . . tem que ser projetista de mesa de luz e sombra também! :)
A princípio bem empolgado, meu amado cortou e colou umas linhas de fita isolante em um porta-retrato bem grande e nós pensamos que todos os problemas estariam resolvidos. Doce ilusão! Percebemos que o vidro reflete a sombra e compromete totalmente a nitidez das linhas sobre o papel. Imaginamos então que, pra solucionar a questão, bastaria posicionar a luz na posição certa, o que nos fez sair correndo pra comprar uma luminária nova e flexível. Mas deu tudo errado! Quanto mais nós alterávamos a posição da luz, pior ficava. Até concluirmos que, com o vidro, não teria jeito mesmo! Então, o Mateus tirou o vidro e amarrou cordinhas de um fone de ouvido velho diretamente na moldura do porta-retrato. A parte boa é que a sombra ficou uma beleza, mas a parte ruim é que as cordinhas não duravam mais de 5 minutos presas e já começavam a se soltar. Quando voltei a pedir pra ele dar mais uma solução pro caso, ele jurou que faria uma última tentativa e, se não desse certo, contrataria ele mesmo uma calígrafa na mesma hora! rsrsrs
Estou rindo agora, porque na hora fiquei desesperada! Mas, enfim, a última engenhoca funcionou! Ele amarrou outro tipo de cordão com um nó beeeem forte, remendou tudo que tava soltando e, depois de ficar uma meia hora posicionando as linhas da forma certa, enfim, conseguimos!!!
Tudo bem que, no fim das contas, não estou utilizando a luminária, só consigo escrever em uma determinada posição da mesa e a sombra só fica boa se estiver à noite. . . mas. . . fora esses pequenos detalhes, já estou sobrescrevendo nossos convites!
Só pra ilustrar, essa é minha área de trabalho (ex-sala de jantar), com meu super artefato de luz e sombra (designed by Mateus Bittencourt), minha caneta especial e meu querido caderninho de caligrafia:
Obviamente, não dá pra dizer que está ficando absolutamente perfeito. Mas está sendo tão, mas tão prazeroso fazer cada convite, que tudo valeu a pena! Ah, o resultado está ficando mais ou menos assim:
Desculpem o tamanho gigantesco do post! Eu precisava contar todos os detalhes, pois a saga da caligrafia nos convites foi uma das mais árduas até agora! Mas uma das mais gratificantes também!
A resposta é óbvia: Simplesmente porque eu não tenho letra de calígrafa profissional!
Mas achei esse motivo muito banal diante das motivações que eu tinha para querer fazer a sobrescrição dos convites:
1) Terceirizar esse serviço me expõe ao risco de atrasar toda a entrega dos convites, caso a calígrafa resolva demorar mais do que o tempo previsto. Já ouvi casos de mais de 3 meses de atraso, o que me deixou completamente apavorada!
2) Sempre lembramos de alguém ou resolvemos incluir na lista algum convidado de última hora, o que me deixaria sempre muito dependente de recorrer à calígrafa a todo momento só para escrever um " último convitinho".
3) O serviço pode até não ser dos mais caros, mas também não é lá dos mais baratos! Eu gastaria em torno de R$ 400,00 para alguém fazer isso por mim. E no mundo do casamento, toda e qualquer economia é sempre muitíssimo bem vinda!
4) A principal intenção de se caligrafar um convite à mão, e não simplesmente imprimir os envelopes, é transmitir carinho e pessoalidade ao convidado. Ora. . . nada mais carinhoso e pessoal do que a própria noiva fazer isso, né???
Diante de tudo isso, estava resolvido: eu seria minha própria calígrafa! Agora só faltava resolver aquele pequeno probleminha da letra. . .
Pra isso, abri duas linhas de frente: comprei um caderno de caligrafia (daqueles de criança que estão sendo alfabetizadas) e comecei a procurar alguns vídeos no You Tube com aulas de caligrafia artística.
Nessa fase, confesso que quase desisti! Não se acha quase nada na internet (a não ser uns materiais imensos contando a história da caligrafia antiga!), e só encontrei um curso presencial em Porto Alegre, que além de caro, tinha duração indeterminada! Mas. . . eu sou brasileira e não desisto nunca! :)
Imprimi um modelo de alfabeto de letra cursiva inglesa (descobri que era isso que eu queria) e comecei a treinar praticamente todo dia, tentando imitar a bendita letra. Mas devo admitir que não tava ficando muito bom. . . Foi quando achei um vídeo de uns 2 minutinhos na internet com uma calígrafa fofa que, ao invés de ficar citando regrinhas chatas, apenas disse que cada um era livre para fazer a letra que quisesse, e que quanto mais rebuscada e inclinada eu conseguisse deixá-la, mais bonita ela ficaria. Pronto, mudou minha vida! Me livrei do peso de ter que fazer uma letra exatamente idêntica aos meus modelos e passei a fazer a letra do jeito que eu achava mais bonita. Afinal, a letra é minha e eu faço do jeito que eu quero! E como o meu amado noivo me incentivou o tempo todo e disse que tava ficando tudo lindo, eu acreditei!
Bem, mas nem tudo são flores. . . Vencida a questão da letra em si, comecei a pensar na infra-estrutura necessária! Primeiramente, tinha que encontrar a caneta ideal. E isso foi bem mais chato do que eu imaginava. Eu precisava de uma caneta cinza bem escuro (não era prata, tinha que ser cinza mesmo), e acabei encontrando apenas uma com a escrita bem fininha. O problema é que, até então, eu tinha treinado apenas com uma caneta preta bem mais grossa, e foi uma dificuldade imensa conseguir adaptar a letra ao novo tipo de caneta!
Depois veio a parte mais complexa de todas: como eu faria para conseguir escrever tudo bem retinho, se o envelope do convite não tinha as linhas bonitinhas do meu caderno de caligrafia???
A ideia mais óbvia era desenhar uma linha no próprio envelope, a lápis e bem fraquinha, e depois desmanchar. Mas a ideia foi completamente descartada: o papel do envelope tem brilho e apagá-lo depois o danificaria completamente! Foi então que a moça da Fina Arte, que confeccionou os convites, me contou que os calígrafos usam um esquema de projetar a sombra de uma linha no papel que se escreve. Como eu não tinha pensado nisso antes??? Lá fui eu pro Santo Google procurar alguma inspiração pro tal esquema e, após ver algumas diferentes opções, entendi o que eu precisava e terceirizei o serviço pro Mateus! Afinal, não basta ser noivo. . . tem que ser projetista de mesa de luz e sombra também! :)
A princípio bem empolgado, meu amado cortou e colou umas linhas de fita isolante em um porta-retrato bem grande e nós pensamos que todos os problemas estariam resolvidos. Doce ilusão! Percebemos que o vidro reflete a sombra e compromete totalmente a nitidez das linhas sobre o papel. Imaginamos então que, pra solucionar a questão, bastaria posicionar a luz na posição certa, o que nos fez sair correndo pra comprar uma luminária nova e flexível. Mas deu tudo errado! Quanto mais nós alterávamos a posição da luz, pior ficava. Até concluirmos que, com o vidro, não teria jeito mesmo! Então, o Mateus tirou o vidro e amarrou cordinhas de um fone de ouvido velho diretamente na moldura do porta-retrato. A parte boa é que a sombra ficou uma beleza, mas a parte ruim é que as cordinhas não duravam mais de 5 minutos presas e já começavam a se soltar. Quando voltei a pedir pra ele dar mais uma solução pro caso, ele jurou que faria uma última tentativa e, se não desse certo, contrataria ele mesmo uma calígrafa na mesma hora! rsrsrs
Estou rindo agora, porque na hora fiquei desesperada! Mas, enfim, a última engenhoca funcionou! Ele amarrou outro tipo de cordão com um nó beeeem forte, remendou tudo que tava soltando e, depois de ficar uma meia hora posicionando as linhas da forma certa, enfim, conseguimos!!!
Tudo bem que, no fim das contas, não estou utilizando a luminária, só consigo escrever em uma determinada posição da mesa e a sombra só fica boa se estiver à noite. . . mas. . . fora esses pequenos detalhes, já estou sobrescrevendo nossos convites!
Só pra ilustrar, essa é minha área de trabalho (ex-sala de jantar), com meu super artefato de luz e sombra (designed by Mateus Bittencourt), minha caneta especial e meu querido caderninho de caligrafia:
Obviamente, não dá pra dizer que está ficando absolutamente perfeito. Mas está sendo tão, mas tão prazeroso fazer cada convite, que tudo valeu a pena! Ah, o resultado está ficando mais ou menos assim:
Desculpem o tamanho gigantesco do post! Eu precisava contar todos os detalhes, pois a saga da caligrafia nos convites foi uma das mais árduas até agora! Mas uma das mais gratificantes também!
Você, como sempre, persistente, teimosa. Ainda bem que o nosso Mateus te dá essa força toda. Tenho certeza de que tudo valeu muto a pena. O convite ficará maravilhoso.
ResponderExcluirClézia
pesquisei na internet muitas mesas de luz e todas giram em torno de 300 reais, as mais baratas 150, mas simples de mais. Vou comprar e fazer uma dessas by Mateus Bittencourt !!!! KKKKK acho que vou poder montar muitas com o mesmo 150 reais. =D
ResponderExcluirObrigado por compartilhar.