Sra. Bittencourt!

Eu sei que eu estou devendo o meu "Diário de Férias", com tudo que eu consegui resolver lá em BH. . . Mas serei obrigada a passar na frente dos outros assuntos porque preciso dar uma notícia novinha em folha: hoje liguei pro cartório aonde fizemos a nossa habilitação do casamento civil e fiquei muito feliz com o que ouvi: em 10/05/13, eu me tornarei, oficialmente, a Sra. Ludmila Rodrigues Fernandes Bittencourt! :)

Qual a novidade??? Vamos começar do começo. . . 

Logo que decidimos nos casar, o meu amor, que se chama Mateus Bittencourt da Costa, pediu que eu adotasse o seu primeiro nome, Bittencourt, ao invés de Costa, que seria a decisão mais natural por se tratar do último nome. Não, não é porque Bittencourt é mais bonitinho, muito menos porque ele tenha qualquer coisa contra a família do seu pai (muito pelo contrário, inclusive!). O motivo é que ele já tem um sobrinho que adotou o Costa e, como ele tem uma ligação super forte com o Sr. Bittencourt, seu avô materno, cuja única filha é a minha sogra, o Mateus não queria deixar que o Bittencourt "morresse" na geração dele. Claro que eu topei, mas eu sabia que essa decisão não dependeria exclusivamente da nossa vontade, pois o processo de um casamento civil é analisado por um procurador e, dependendo do humor dessa pessoa no dia, ele pode permitir ou não que a mulher adote o primeiro nome do marido. Não há legislação alguma que estabeleça obrigatoriedade em se adotar o último e eu acho um total absurdo essa decisão ficar nas mãos de um terceiro, mas, fato é que alguns procuradores implicam e simplesmente não deixam! Assim como alguns não gostam que a mulher suprima nenhum de seus sobrenomes, enquanto outros não estão nem aí!

Pois bem, como eu não sabia qual seria a boa vontade do procurador que analisaria nosso casamento, estava super apreensiva pra saber se o meu sobrenome iria ser barrado ou não. Pois hoje eu tive a confirmação que está tudo certo! Sobrenome aprovado e, graças a Deus, casamento aprovado também! Agora é só chegar lá e assinar "Ludmila Rodrigues Fernandes Bittencourt"!!! :)

Imagino eu que muitas pessoas que estão lendo tudo isso devem estar pensando que eu sou uma ultrapassada em adotar o nome do marido! Na verdade, essa decisão sempre foi a coisa mais natural do mundo pra mim! Mas, aqui em Porto Alegre, conversando com várias pessoas, percebi que sou a exceção da exceção! Alguns chegam a considerar um ato de completa submissão a mulher adotar o nome do homem e o homem não adotar o nome da mulher!

Bem, respeito muito quem casa e resolve manter o nome porque tem preguiça de trocar todos os documentos, porque não quer mudar a assinatura ou mesmo porque simplesmente não está mesmo a fim de trocar de nome. . . Mas definitivamente não consigo ver a alteração de nome como submissão ou machismo! Afinal, se eu realmente fosse submissa ao Mateus, não seria o meu nome que determinaria isso.

Eu vejo a adoção do nome do marido simplesmente como uma questão de tradição (tanto que, mesmo não me considerando machista, confesso que acho mesmo estranho o homem adotar o nome da mulher). Assim como vou me casar de branco, véu e grinalda, dentro de uma igreja, também acho legal manter a tradição de ter o nome do meu marido e construirmos uma família com um sobrenome único. 

Percebi que na minha família, mesmo as gerações mais novas, quase todas as mulheres também preferiram assim, ao mesmo tempo que percebi que muitas amigas, sobretudo daqui do sul, preferem manter o nome de batismo. Certamente porque, inegavelmente, as mineiras são bem mais tradicionais e acham mais natural essa decisão. . . Assim como, provavelmente, as gaúchas sejam mais modernas e não dão muita importância a esse tipo de coisa. . . 

Bem, mas o fato é que EU acho legal e EU estou super disposta a trocar todos os documentos e passar por eventuais contratempos em função disso. Ninguém me impôs, e EU estou muito feliz assim, como a futura Sra. Bittencourt! :)